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Casal de ambientalistas assassinado em 'tocaia' no Pará

Posted: 24 de mai. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas:

O delegado Marcos Augusto Cruz confirmou a morte do casal de extrativistas, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, numa “tocaia” em uma estrada na Zona Rural de Nova Ipixuna (PA), na manhã desta terça-feira.
“Eles foram mortos a tiros na estrada que dá acesso ao assentamento onde residiam. As vítimas seguiam em uma motocicleta e, em determinado ponto, quando tiveram de reduzir a velocidade para passar em uma ponte, foram interceptados e atingidos pelos atiradores. Os autores do crime já estavam de tocaia. Eles esperavam as vítimas ali para cometer o homicídio”, afirmou o delegado.
Segundo o delegado, a polícia trabalha com a hipótese de que duas pessoas teriam atirado nas vítimas, mas o número ainda não foi confirmado. Os atiradores também estariam em uma motocicleta.
“Com certeza, foi um crime por encomenda, a mando de alguém. As características são típicas de uma execução”, disse Cruz.
O delegado afirma que, por enquanto, não há suspeitos, mas a polícia já começou a reunir informações para encontrar aos criminosos. Parentes das vítimas e possíveis testemunhas do crime serão convocadas para prestar depoimento.
“Eram pessoas que estavam inseridas em um contexto de lutas sociais. Eles eram ambientalistas, viviam em um assentamento e têm uma história de conflitos de interesses com madeireiros e fazendeiros da região”, disse.
Os corpos serão encaminhados para perícia no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá (PA).

Ambientalistas não registaram ameaças na polícia, diz delegado

O delegado Silvio Maués, diretor de Polícia Judiciária do Interior no estado do Pará, diz que o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinado a tiros na terça-feira (24), não havia registrado boletim de ocorrência de ameaça na Polícia Civil.
“Eles não tinham feito boletim de ocorrência nenhum de ameaça. A família tem o direito de estar bastante abalada neste momento e todos os dados que estão sendo trazidos por eles estão sendo investigados. Trabalhamos com várias hipóteses, ainda é cedo para falar”, disse ao G1 Maués.

Família fala em inimigos e garante queixas

Claudelice Silva dos Santos, irmã do ambientalista, afirma que o casal possuía inimigos e que as vítimas teriam registrado queixas pelas ameaças constantes que sofriam.  “Os dois já haviam registrado as ameaças na imprensa, no Ibama e feito representação no Ministério Público Federal. É preciso registrar um boletim para a polícia saber? Alegar agora que não se sabia que eles eram ameaçados é ridículo”, questionou a irmã de José Cláudio.
“Nós somos ambientalistas e envolvidos com o movimento social. Muitos fazendeiros e madeireiros tinham interesse em que meu irmão e a mulher não atrapalhassem mais. Eles faziam denúncias de desmatamento, grilagem de terras e sempre foram ameaçados, mas nunca imaginamos que essas ameaças seriam consolidadas. Eles já tinham ido várias vezes para a imprensa, para jornais, para reclamar das ameaças, isso é público”, afirma Claudelice.

publicado no G1

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