«Como vai ser no Brasil? Nós queremos levar a sabedoria da nossa ancestralidade e conhecimentos tradicionais. Mas queremos levar também a capacidade política de negociação que estamos construindo em relação ao Banco Mundial, às Nações Unidas e ao Fórum Permanente da ONU», argumentou.
Marcos Terena é coordenador da participação indígena na Rio+20, o mega-encontro internacional da ONU, que irá decorrer no Rio de Janeiro em Junho 2012, para abordar temas como o desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.
Terena está em Nova York para participar do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas, que acontece até o dia 27 de Maio. Ele foi um dos palestrantes da reunião paralela sobre economia verde. No debate, alertou para o risco de «colocar preços» no meio ambiente: «Geralmente, o mundo moderno tem o costume de transformar a natureza, os rios, as águas, o meio ambiente e até mesmo o ar, e qualificar isso em termos de preço, de mercado», condenou.
Segundo Terena, a visão indígena de economia verde é contrária a esta tendência e acredita ser possível usar recursos da natureza sem alterações profundas, sem a «geração de novos verdes», como ele prório se lhes referiu. «Nós não podemos assassinar o futuro em nome do desenvolvimento. E as indústrias, grandes centros urbanos e governantes têm que aprender isso com os povos indígenas para que a gente possa gerar então essa possibilidade de um futuro melhor», afirmou.
No evento, Terena falou ao lado de representantes indígenas de outras regiões e de funcionários do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
A ONU estima que haja 370 milhões de indígenas em 90 países do mundo.
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