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'Le Monde' destaca o interesse da China pela soja brasileira

Posted: 10 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

A edição de hoje do Le Monde traz uma reportagem sobre os acordos milionários fechados entre investidores da China e produtores de soja brasileiros. O texto explica que o Estado de Goiás vai poder dobrar a sua produção deste cereal até 2018 graças ao dinheiro dos chineses que, em troca, garantem fornecimento do produto por vários anos.
O correspondente do jornal no Brasil relata em reportagem de meia página o interesse dos chineses pela soja brasileira. O jornalista conta como os dois países se tornaram parceiros no sector ao assinarem, no passado mês de Abril, um acordo entre a Federação Agrícola do Estado de Goiás e a empresa chinesa paraestatal Sanhe Hopefull.
O vespertino explica que a empresa vai investir cerca de 3 bilhões de euros (quase 7 bilhões de reais) na modenização da agricultura do Estado durante os próximos dez anos. Em troca, poderá comprar 6 milhões de toneladas de soja dos produtores locais. Os chineses já são compradores activos em Goiás, mas com o acordo, eles asseguram o fornecimento do cereal a médio prazo, tornando-se menos dependentes das variações de preços do mercado e dos gigantes americanos das agroindústria, já que passam a negociar directamente com os produtores. Os brasileiros, por seu lado, vão beneficiar dos investimentos da Sanhe Hopefull para transformar 3 milhões de hectares de pastos destruídos em plantações de soja, podendo dobrar sua produção nos próximos sete anos, segundo relata o jornal francês.
A reportagem lembra também que os chineses têm interesse em investir na modernização dos produtores locais uma vez que já não podem comprar grandes propriedades no Brasil. O Le Monde ressalta, a este propósito, a lei que veio limitar em 5 mil hectares o volume de terras agrícolas que podem ser adquiridas por empresas estrangeiras.
Primeiro parceiro comercial do Brasil, a China compra principalmente commodities (minério de ferro, petróleo e soja). Em troca, os brasileiros importam dos chineses apenas produtos industrializados, o que preocupa os especialistas, que alertam para os riscos de um sistema de trocas “neocolonial”, explica o Le Monde.

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