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Ora aí está o que é: "Zona euro quer reescalonar dívida grega de curto prazo"

Posted: 1 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

Leio em O Público:

Os países da zona euro estão perto de concluir as modalidades de um novo pacote de ajuda à Grécia que incluirá o envolvimento dos investidores privados através de acordos voluntários de manutenção da sua exposição à dívida pública.
As negociações com os privados estão a ser desenvolvidas a título informal pelo Governo grego e pelos países do euro que contam com uma forte exposição dos seus bancos à dívida helénica. Por agora, explicou um diplomata europeu, as negociações incidem sobretudo sobre a dívida de curto prazo, dada a urgência de fechar um acordo sobre o reforço da ajuda a Atenas, que se impôs devido à impossibilidade do país regressar ao mercado para se financiar como previsto em 2012.
As necessidades de financiamento da Grécia no próximo ano rondam os 60 mil milhões de euros, dos quais metade deverá resultar de novos cortes das despesas e aumento das receitas do Estado, a par de alguma forma de suavização das obrigações de reembolso da dívida. Neste processo, a expectativa é que os acordos voluntários com os investidores permitam adiar a amortização de 10 a 15 mil milhões de euros de dívida.



A outra metade deverá ser fornecida pelos Governos do euro sob a forma de empréstimos, que se somarão assim aos 110 mil milhões de euros que acordaram com Atenas no ano passado em conjunto com o FMI.
As modalidades do novo pacote de ajuda vão estar hoje em discussão durante uma reunião dos representantes dos ministros europeus das Finanças, em Viena, para preparar a reunião ministerial de 20 de Junho que deverá selar o acordo final. O encontro será quase integralmente dominado pela Grécia, que precisa de uma decisão europeia antes do fim de Junho para receber uma nova tranche da ajuda em curso, sob pena de entrar em bancarrota.
O envolvimento dos privados na resolução do problema grego tem sido exigido pela Alemanha, Holanda e Finlândia como contrapartida para o reforço da ajuda, sem o que não conseguirão a necessária "luz verde" dos respectivos Parlamentos nacionais.
Segundo vários diplomatas em Bruxelas, as negociações com os privados são inspiradas na chamada "iniciativa de Viena" de Janeiro de 2009, que permitiu aos bancos europeus aceitarem voluntariamente manter as suas filiais nos países de Leste em vez de repatriarem o capital para cobrir as perdas provocadas pela crise financeira. Este acordo foi acompanhado de um aumento do crédito fornecido por várias entidades públicas internacionais e de um reforço da facilidade europeia de apoio à balança de pagamentos dos países de Leste.
Aplicado à Grécia, o espírito da "iniciativa de Viena" poderá traduzir-se tanto num acordo voluntário para o reescalonamento das maturidades de amortização da dívida como na renovação dos contratos chegados à maturidade, nos dois casos com condições mais favoráveis.
O Banco Central Europeu (BCE) tem multiplicado nos últimos dias os avisos de que qualquer alteração do perfil da dívida grega, incluindo o reescalonamento, será assimilada pelos mercados financeiros como uma reestruturação, um cenário que, segundo afirmam os seus membros, provocará "uma catástrofe". Fontes comunitárias admitem, no entanto, que o BCE poderá ser mais flexível no caso de uma alteração do perfil da dívida totalmente voluntária e sem imposição oficial dos Governos.

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