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Outro dia triste: mataram mais um defensor da Amazônia, Marcos Gomes da Silva

Posted: 2 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas:

O lavrador Marcos Gomes da Silva, de 33 anos, natural do Maranhão, foi morto a tiros, na noite de quarta-feira, no assentamento Sapucaia, na zona rural de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará. A polícia investiga o crime, mas ainda não é possível dizer se Gomes da Silva é mais uma vítima da luta pela terra ou se a execução foi acerto de contas.
Segundo o boletim de ocorrência registrado na manhã de ontem na delegacia de Eldorado dos Carajás, Gomes da Silva foi baleado duas vezes. A primeira foi na área onde ele residia e a segunda na estrada que liga o local à cidade de Eldorado.
Quem fez o registro do crime foi Dejesus Martins Araújo, vizinho da vítima e quem a socorreu. Araújo contou que socorreu Gomes da Silva e o colocou em seu veículo para levá-lo a um hospital de Eldorado. Ele sangrava no peito. No momento em que se dirigia pela estrada escura até a cidade, mais adiante foi interceptado por dois homens armados. Sob a mira de armas, Araújo foi obrigado a retirar o lavrador do carro, recebendo em seguida ordem para sair correndo sem olhar para trás juntamente com outros ocupantes do veículo. “Ouvi depois os tiros, o rapaz foi executado”, relatou Araújo.


Vítima foi morta na frente da esposa

Marcos Gomes foi assassinado diante da mulher e de outras três testemunhas. Silva teve a orelha decepada, da mesma forma que o líder extrativista José Cláudio Ribeiro, morto juntamente com Maria do Espírito Santo.
O delegado Alberto Teixeira afirmou que a vítima não tinha inimigos nem era um líder da comunidade, que reivindica ser assentada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. “Pode ter sido um assassinato aleatório, para atrapalhar as investigações sobre o crime ocorrido em Nova Ipixuna”, disse , referindo-se à morte do casal de extrativistas. Segundo ele, não há evidências de que o assassinato do agricultor tenha sido resultado de conflitos por terras.
A agonia de Silva começou na tarde de anteontem, quando ele construía uma ponte sobre um córrego perto do local onde morava com a família. Dois encapuzados chegaram atirando. Atingido no abdome, ele saltou na água e conseguiu se esconder no matagal às margens do rio, segundo Dejesus Araújo, coordenador do acampamento.
Após a saída dos agressores do local, o agricultor procurou ajuda na casa de um vizinho. Às 16h, somente cinco horas depois, os acampados conseguiram um carro para transportá-lo até Eldorado . No caminho, porém, os encapuzados surgiram, retiraram Silva à força do carro e atiraram nele. José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Marabá, afirmou que é “precipitado” descartar conflitos agrários como possível causa para o assassinato. “Os acampados reivindicam a posse de áreas que haviam sido compradas para a formação de uma fazenda”

ESTRADA

O corpo ficou na estrada e os executores fugiram. Araújo retornou ao local somente na manhã de ontem. Ele viu que Gomes da Silva estava morto. Foi à polícia e contou o que aconteceu.
Os policiais não divulgaram se Araújo e os outros acompanhantes que com ele estavam no carro descreveram os assassinos. Esse pode ser um trunfo da investigação. O caso está sob o comando do delegado de Eldorado dos Carajas, Elias Jorge de Carvalho.
O corpo do lavrador foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Marabá. O superintendente regional do sudeste paraense, delegado Alberto Henrique Teixeira, está no local para acompanhar o trabalho policial e conversar com parentes da vítima.

MORTES NO CAMPO

Esse é o quarto assassinato no campo em apenas nove dias no Estado.O primeiro crime, no último dia 24, foi do casal de ambientalistas José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, que lutava contra a devastação das florestas do assentamento Praialta/Piranheira, em Nova Ipixuna, município a cerca de 180 quilômetros de Eldorado dos Carajás. O outro crime ocorreu no sábado, também na mesma região do assentamento, e a vítima foi o agricultor Erenilton Pereira da Silva. A polícia ainda não prendeu os criminosos.

  • O lavrador Marcos Gomes da Silva foi morto a tiros, na noite de quarta-feira, no assentamento Sapucaia, na zona rural de Eldorado dos Carajás.
  • O agricultor Erenilton Pereira da Silva, foi morto sábado passado na região de Nova Ipixuna.
  • O casal José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, que lutava contra a devastação das florestas do assentamento Praialta/Piranheira, foi assassinado no último dia 24 em Nova Ipixuna. (Diário do Pará)


via Diário do Pará - 03.06.2011

Cf. também: Tropas federais atuarão no combate a assassinatos


[ACTUALIZAÇÃO]

Agricultor foi executado em Eldorado

Edição de 03/06/2011

CRUELDADE
Após ser baleado, ele foi executado ao ser socorrido pelos companheiros
Eldorado dos Carajás
EVANDRO CORRÊA
Sucursal do Sul e Sudeste do Pará
O trabalhador rural Marcos Gomes da Silva, maranhense, 33 anos, foi executado a bala na noite de quarta-feira, 1, no Assentamento Nova Sapucaia, em Eldorado do Carajás. O corpo dele, entretanto, só foi encontrado na manhã de ontem, com a orelha esquerda decepada e dois golpes de faca no pescoço. De acordo com informações obtidas por O LIBERAL, Marcos da Silva construía uma ponte às proximidades de sua casa, por volta de 16 horas, quando dois homens com os rostos encapuzados dispararam um tiro em uma das pernas do trabalhador, que se escondeu no córrego e depois retornou para casa, onde pediu socorro à esposa. Um vizinho, identificado como Antônio Coelho, socorreu o agricultor em sua caminhonete, mas quando o conduzia ao hospital em Eldorado, por volta de 21 horas, após percorrer cerca de cinco quilômetros, foi obrigado a parar por uma estaca no meio da estrada. Dois homens saíram do mato e surpreenderam os passageiros do veículo.
O agricultor De Jesus Martins de Araújo, coordenador do acampamento e que estava no veículo que conduzia o trabalhador ferido, disse que escutou dois disparos depois que os pistoleiros retiraram Marcos do carro e os obrigaram a retornar. Além de Marcos, estavam no veículo a mulher dele, o motorista Antônio Coelho e o coordenador do acampamento, os quais disseram a polícia não terem ouvidos barulho de carro e nem de moto na hora da abordagem.
O coordenador disse ainda que o acampamento surgiu há três anos e que Marcos estava no local há aproximadamente um ano. O corpo do trabalhador deu entrada no IML, de Marabá, às 15 horas de ontem e após necropsia foi liberado para velório e sepultamento. 

via O Liberal - 03/06/2011


02/06/2011 - 15h55 
Os conflitos no campo voltaram à discussão na última semana após os assassinatos dos extrativistas José Cláudio Ribeiro Silva e Maria do Espírito Santo Silva, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Nesta quinta-feira (2), mais um crime ocorrido na zona rural do município de Eldorado dos Carajás, sudeste paraense, é investigado pela polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia municipal, um homem, de prenome Marcos, levou um tiro na zona rural do município e chegou a ser socorrido por um vizinho, que tentou levá-lo ao hospital de Eldorado dos Carajás. 
Eles seguiam de carro por uma estrada vicinal, quando foram interceptados por outro veículo. Criminosos teriam descido desse veículo e terminado de executar a vítima. No boletim de ocorrência, não há informações se a vítima seria um assentado da reforma agrária ou ligado a movimentos sociais.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo do homem foi levado para o Instituto Médico Legal de Marabá, onde passará por exames.
O superintendente Regional da Polícia Civil no Sudeste do Pará, delegado Alberto Henrique Teixeira, afirmou que o delegado de Eldorado dos Carajás seguiu para o local para dar início às investigações do caso.


 
A Polícia Civil descartou, nesta sexta-feira (3), a possibilidade de que a morte do lavrador Marcos Gomes da Silva, 33 anos, assassinado na noite da última quarta-feira (1), na zona rural do município de Eldorado de Carajás, sudeste paraense, tenha sido motivada por conflitos agrários na região. A afirmação é do superintendente regional da Polícia Civil, delegado Alberto Teixeira. O corpo do agricultor deve ser sepultado hoje.
O depoimento do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) do Estado do Pará, Dejesus Martins Araújo, e da esposa da vítima, Maria Francisca Silva César, tomados no final da tarde de ontem pelo delegado Alberto Teixeira, em Marabá, corroboram a afirmação do superintendente.
A Polícia Civil também já esteve no local onde o crime aconteceu. Lá foi encontrada e apreendida uma espingarda calibre 44, supostamente utilizada no crime. A arma foi encaminhada para a perícia técnica.
Novos depoimentos estão previstos para esta sexta-feira (3). Dessa vez, eles ocorrem no município de Eldorado dos Carajás. O delegado Elias Jorge de Carvalho, titular da delegacia municipal, preside o inquérito que investiga o crime. Ele ouvirá conhecidos a vítima.

Caso -
Marcos Gomes da Silva, 33 anos, natural do Maranhão, foi assassinado no município de Eldorado de Carajás, sudeste paraense. De acordo com o boletim de ocorrência, registrado às 9h52 da última quinta-feira (2), na delegacia do município, o crime ocorreu às 21 horas do dia 1º.  Marcos foi baleado duas vezes. A primeira delas na zona rural do município e a segunda, na estrada que liga a área à sede de Eldorado.

Mais um agricultor é assassinado no Pará. Para Kátia Abreu, é nornal

O agricultor Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi assassinado a tiros, diante da mulher e de outras três testemunhas, por dois homens encapuzados na zona rural de Eldorado dos Carajás. Silva teve a orelha decepada após o crime, da mesma forma que o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, morto há duas semanas, juntamente com sua mulher, Maria do Espírito Santo. A notícia do assassinato, o quinto na região amazônica em duas semanas, chegou ao governo na tarde desta quinta-feira, 2, e levou a presidente Dilma Rousseff a convocar uma reunião com governadores da Região Norte e a anunciar uma ação militar de emergência, batizada de Operação de Defesa da Vida.
No dia em que mais um trabalhador rural foi morto no campo, a senadora Kátia Abreu (TO) classificou de "oportunismo" o tratamento dado às mortes, que, segundo ela, são crimes comuns. Nas últimas semanas, cinco ativistas foram assassinados. Leia aqui
O superintendente da Polícia Civil em Marabá, delegado Alberto Teixeira, afirmou que a vítima não tinha inimigos nem era um líder da comunidade, que reivindica ser assentada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. "Pode ter sido um assassinato aleatório para atrapalhar as investigações sobre o crime ocorrido em Nova Ipixuna", disse o delegado, referindo-se à morte do casal de extrativistas do Pará. Segundo ele, não há evidências de que o assassinato do agricultor tenha sido resultado de conflitos por terras.
Tragédia. A agonia de Gomes da Silva começou na tarde de quarta-feira, 1º, quando ele construía uma ponte sobre um córrego perto do local onde morava com a família. Dois encapuzados chegaram atirando. Atingido no abdome, ele saltou no rio e se escondeu no matagal, segundo Djesus Martins de Araújo, coordenador do acampamento.
Após a saída dos agressores do local, o agricultor procurou ajuda na casa de um vizinho. Eram cerca de 16h, e somente cinco horas depois os acampados conseguiram um carro para transportá-lo até Eldorado dos Carajás - cidade que foi palco de um massacre de 19 sem-terra em 1996.
No caminho, porém, os acampados tiveram de parar, pois a estrada estava bloqueada com estacas. Os encapuzados surgiram, retiraram Gomes da Silva à força do carro e atiraram. Os acompanhantes, sob a mira de uma pistola e de uma espingarda, deram meia volta.
Somente no dia seguinte os agricultores puderam resgatar o corpo e avisar a polícia, já que não há telefone no acampamento. Depois de resgatar o corpo, a polícia o transportou até Marabá, onde as testemunhas prestaram depoimento. Além da orelha decepada, Gomes da Silva teve ferimentos no pescoço que, em um primeiro momento, a polícia interpretou como uma tentativa de degola. Mais tarde, o delegado Teixeira disse que os cortes poderiam ter sido provocados pelos próprios tiros.
O coordenador do acampamento disse que as cerca de 25 famílias que ocupam o local desde 2009 nunca sofreram ameaças ou foram importunadas por pessoas que reivindicassem a propriedade das terras.
José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Marabá e ativista pela reforma agrária, afirmou que é "precipitado" descartar conflitos agrários como possível causa para o assassinato. "Os acampados reivindicam a posse de áreas que haviam sido compradas para a formação de uma fazenda", afirmou o advogado.

Planalto. Em Brasília, Dilma convocou os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Nelson Jobim (Defesa), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Maria do Rosário (Direitos Humanos), além dos governadores Simão Jatene (Pará), Omar Aziz (Amazonas) e Confúcio Moura (Rondônia) para discutir as mortes recentes na região. A única medida anunciada foi o envio de tropas à área de conflito, uma operação conjunta das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança e das Polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar. A operação não tem data para começar.
O ministro da Justiça admitiu, após o encontro, que a montagem de uma operação militar é uma receita tradicional. Insistiu, porém, que , o governo não está "jogando palavras ao vento". "O momento é diferente. Apesar de ser uma ação do governo federal, estão envolvidos desta vez a Justiça e o Ministério Público", afirmou. Cardozo fez cobranças ao Judiciário e admitiu a necessidade de investimentos no Ministério Público e nas delegacias. "É preciso fazer inquéritos policiais e ações judiciais rápidos".
"Não é a primeira vez que se discute isso. Os crimes precisam ser esclarecidos e os culpados punidos", disse o governador do Pará, Simão Jatene, que era vice-governador em 1996 quando ocorreu o massacre de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás e governador em 2005, ano do assassinato da religiosa Dorothy Stang. 
fonte: Agência estado

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