A campanha “Veta Dilma” organizada por diversas ONGs e ambientalistas acaba de congregar mais dois apoios de peso: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Via Campesina.
A iniciativa endereça uma mensagem à presidente Dilma, pedindo-lhe que não aprove o novo Código Florestal, e junta-lhe uma petição que até ao momento já reúne 76.500 assinaturas.
«Vamos para as ruas e vamos entupir o Palácio do Planalto de cartas e e-mails [Actualização: AQUI e AQUI] para que a presidenta Dilma honre seus compromissos, se não connosco, com as gerações futuras» propôs ontem João Pedro Stédile, coordenador do MST, durante um dos eventos do Fórum Social Temático (FST), onde várias lideranças se reuniram para debater o Código Florestal.
Stédile e a campanha aludem à promessa feita por Dilma, quando concorria à Presidência, de não aprovar leis que favorecessem o desmatamento no País. «As mudanças propostas são para liberar a apropriação privada da nossa biodiversidade, pois amnistiam a todas as agressões praticadas e abre margem para mais desmatamentos», sublinhou o coordenador do MST.
No mesmo encontro do FSM, a nova secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, lembrou que os movimentos sociais até tentaram discutir melhorias no texto do Código durante a sua tramitação no Congresso, mas não obtiveram êxito. «O substitutivo foi feito às escuras e as contribuições dadas pela ciência e pelo movimento social foram ignoradas», acusou.
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou que as pesquisas disponíveis à data da votação na Câmara mostravam que 80% da população não aprovava o Código e que, mesmo assim, 80% dos parlamentares o apoiaram. «A presidente se comprometeu, de próprio punho, a vetar a amnistia a desmatamentos e projectos que promovam mais desmatamento. Se houver mobilização popular, ela se sentirá respaldada para vetar”, afirmou Marina.
Em nome dos estudantes brasileiros, também o líder universitário, Rodolfo Mohr, aproveitou para garantir que os jovens estão prontos para saírem às ruas e exigir que a presidente vete o documento. «Temos assistido, nos últimos governos, à traição sistemática de compromissos populares feitos nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, por causa de acordos com bancários e com o agronegócio. Só com pressão Dilma vai cumprir suas promessas», declarou.
O acordo é unânime: as mudanças propostas no projecto de reforma do Código Florestal trazem prejuízos claros e impactos negativos para as comunidades florestais, rurais e urbanas, ecossistemas, florestas, biodiversidade e para a própria agricultura, que depende de solo, água, clima e outros serviços ambientais. É possível a agricultura aumentar sua área produtiva sem que haja novos desmatamentos. Para isso, é preciso investir correctamente na recuperação das áreas degradadas.
via WWF
De quebra, vale assistir igualmente ao vídeo da Greenpeace (o espírito é o mesmo do realizado pelo WWF e SOS Florestas!) e também ler o texto que Roberto Smeraldi, diretor da OSCIP Amigos da Terra – Amazônia Brasileira escreveu, em Novembro, sobre o documento aprovado pelo Senado e que agora irá passar pelo Congresso e pela presidente.
PETIÇÃO: ASSINAR AQUI
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