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Estrangeiros acusados de tramar morte de indígena

Posted: 15 de fev. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas:


Crime de suborno, sessões de humilhação e até uma trama para matar Angel Uaqui Maya, presidente do Movimento Amazônia Tribal de Subsistência e Sustentabilidade Econômica (Matsés) ou Mayoruna no Brasil, são algumas das práticas criminosas supostamente praticadas por estrangeiros na Terra Indígena do Vale do Javari (TIVJ), na região da Tríplice Fronteira (Brasil-Colômbia-Peru).
As denúncias formalizadas por representantes indígenas do Alto Solimões, a que o EM TEMPO teve acesso, estão em um dossiê que será entregue nesta quarta-feira (15), na sede do Departamento da Polícia Federal do Amazonas (DPF-AM), em Manaus.
No documento, o nome do norte-americano Dan James Pantone, que se apresenta como pesquisador Ph.D. –  acusado de ter criado um site para vender vídeos dos índios Matis, do Vale do Javari – aparece como suspeito de arquitetar a morte do indígena Angel Uaqui.
A investida contra a vida do indígena ocorreu em março do ano passado, em Iquitos, no Peru. Angel estava em um carro quando foi interceptado por dois homens em uma motocicleta. A dupla efetuou vários disparos, mas ele saiu ileso. O caso é investigado pela polícia peruana.
De acordo com o líder indígena Eliésio Marúbo, Angel confidenciou a ele, durante assembleia entre os povos indígenas de ambos os lados da fronteira, na comunidade Lobo, no Vale do Javari, que Dan James Pantone, naturalizado peruano, seria canadense e não norte-americano.
O indígena teria dito, ainda, que o suspeito se beneficiaria com a morte dele, que na época era vice-presidente do Matsés. Na mesma época, o movimento comandado pelo indígena Mayoruna foi premiado com a concessão de US$ 300 mil provenientes da entidade canadense Rainforest Foundation (Fundação de Floresta).
A verba seria destinada a um projeto de apoio para a ‘Missão de Socorro aos Nativos da Amazônia’.
Acusado de utilizar indevidamente a imagem dos índios Matis, do Vale do Javari, no Alto Solimões, o pesquisador Dan James Pantone chegou a apresentar uma carta com autorização, informações sobre sua atuação em área indígena e como pai de um filho indígena. Ele disse ser do Peru.
Dan disse que também trabalha com outras entidades, entre elas a Organização Nacional dos Povos Indígenas Amazônicos do Peru (Aidesep). Para a venda dos vídeos com imagens de indígenas, ele assegura ter obtido o consentimento do chefe dos Matis, Binan Tucum e do povo.
Em sua defesa, Dan alega que as imagens foram feitas no lado peruano. Porém, a líder indígena Busche Matis disse que as fotos foram tiradas em lado brasileiro e, mesmo tendo sido proibido de pisar em solo brasileiro, Dan esteve na aldeia, em dezembro de 2011, e tentou subornar Bushe, com R$ 30 mil, para sustentar o teor da carta.

publicado no jornal Amazonas em Tempo

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