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Estudante cria versão para games de personagens do folclore amazonense

Posted: 5 de fev. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

O folclore amazonense é personagem principal de adaptações criadas para videogames pelo parintinense João Paulo Faria, de 23 anos. O primeiro a ganhar imagem digital foi o Boto, que, segundo crença popular, se transforma em um homem charmoso para encantar mulheres no interior da Amazônia. Para o jovem, "é importante lembrar da cultura dos povos da Amazônia".
De acordo com João Paulo, o objetivo é transformar diversas figuras do folclore amazonense em animação. "Para começar, decidi fazer o boto e o mapinguari. No entanto, achei melhor pesquisar bem e me esforçar para fazer o primeiro perfeito", disse. Faria contou que, antes de iniciar o desenho, ele pesquisou a opinião do público e estudou profundamente a Lenda do Boto. "Fiz uma pesquisa com mais de cem pessoas para saber o que eles gostariam de ver no desenho, como eles imaginam o boto. Li também a respeito da lenda para me fixar a detalhes que fazem o diferencial da obra, como o chapéu e as roupas brancas e o furo na cabeça, que ele não perde quando vira humano", destacou.
Após estudar técnicas de 'game design', o estudante começou o processo de criação da imagem. Segundo ele, a imagem do Boto ficou pronta em três meses. O diferencial do projeto, para o criador, é a inclusão da fase em que o animal se torna humano. "Fiz o boto na versão animal, de transformação e na imagem humana. Nenhum livro traz a forma intermediária do personagem, então acredito que esta seja a maior inovação na imagem. Além disso, ele age em suas poses como personagens de filmes de ação, apontados como favoritos na pesquisa que realizei", ressaltou.

Para João Paulo, as adaptações para games são importantes para manter viva a cultura regional. "Com os jovens tão ligados à novas tecnologias, estas lendas vêm sendo esquecidas. Esta é uma maneira de adaptar ao dia-a-dia deles", disse. Natural do município de Parintins, conhecido pela maior celebração de folclore amazônico, o Festival de Boi-Bumbá, João Paulo Faria, lembrou: "cresci ouvindo lendas, principalmente de membros da minha família que são envolvidos com o boi, e conheci pessoas que tratam estas lendas como coisas reais. Sinceramente, acho que não podemos deixar esta cultura se perder".
Segundo o estudante, não há previsão para a criação de um jogo. "Fiz o personagem para o meu trabalho de conclusão de curso (TCC), sem intenção de criar um game. Agora pretendo prosseguir fazendo outros personagens. Não recebi proposta alguma de criação do jogo, por enquanto", revelou.

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