Avenida de Canutama (AM) totalmente alagada. Sede da prefeitura já está 60% debaixo d'água, segundo secretário de comunicação |
Segundo o Secretário de Comunicação de Canutama, Fregilson Rabelo, o município entrou com pedido de decreto de situação de emergência ainda na última segunda-feira (12) e está aguardando a homologação do Estado. Fregilson afirma que aproximadamente 1,5 mil famílias foram afetadas e estão alojadas em escolas e prédios da prefeitura.
“A defesa civil do município utilizou as casas do programa Minha Casa Minha Vida para locar as pessoas. Muitas das famílias estão em casas de parente ou morando de aluguel. Já enviamos ofícios para a coordenadoria nacional da defesa civil solicitando barracas”, afirma o Fegilson.
Atualmente há dez municípios do Amazonas em situação de emergência, sendo eles sete situados na calha do Juruá e três no Purus. Ao todo, 22.330 famílias foram afetadas e dez municípios já receberam ajuda humanitárias da Defesa Civil.
O número de afetados pela cheia, no entanto, deve aumentar nas próximas semanas. É o que indica o monitoramento hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgado nesta quarta-feira (14). Segundo os dados apresentados, quatro municípios (Manaus, Tabatinga, Itapéua e Careiro) estão apresentando o nível das águas dos rios superior a mesma data no ano da maior cheia em suas respectivas estações.
Segundo os dados do CPRM, o rio Negro, em Manaus, está apresentando o maior nível registrado para o dia 14 de março em toda a série histórica. O nível das águas está a 29 cm acima do valor registrado na mesma data em 2009, ano da maior cheia registrada.
Na Bacia do Solimões, onde estão localizados os municípios de Tabatinga, Itapéua e Careiro, os níveis estão a três, 14 e 25 centímetros, respectivamente, acima do valor registrado nas maiores cheias (1999, 2009 e 2009) nas respectivas estações.
A cidade de Parintins, localizada na bacia do Amazonas, apresenta níveis idênticos ao registrado na mesma data do ano de maio cheia, também em 2009.
Situação em municípios do interior do Amazonas é crítica
Falta de estrutura das prefeituras interioranas para ajudar as famílias atingidas agrava problema da cheia no Estado |
“A situação crítica nos municípios mais atingidos não representa que a Defesa Civil do Estado não estava preparada para enfrentar esse desastre natural. O grande problema é que as defesas civis dos municípios carecem dessa preparação”, esclareceu ele, completando que a antecipação do período de chuvas, que iniciou em dezembro do ano passado, indica que é preciso avaliar os planejamentos desses municípios para amenizar esses problemas.
Segundo a Defesa Civil do Amazonas, mais de 22 mil famílias já estão passando dificuldades, como escassez de alimentos, nos municípios de Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Carauari, Juruá, Boca do Acre, Pauini e Lábrea. O Município de Canutama também já está sendo afetado, mas não decretou estado de emergência.
O secretário da Defesa Civil do Estado informou, ainda, que a falta de preparo dos municípios reflete até mesmo no recebimento de recursos do Governo Federal.
“O Município de Boca do Acre, por exemplo, não tinha condições de receber recursos financeiros por problemas de documentações na prefeitura. Então foi necessário fazer um convênio direto entre o Governo do Estado e Governo Federal”, disse Roberto Rocha.
Na última segunda, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) liberou a distribuição de 3 mil cestas básicas para a Companhia Nacional de Abastecimento para que a Defesa Civil do Amazonas distribua nos municípios atingidos pela cheia.
Os alimentos serão remanejados de uma unidade armazenadora localizada em Rondonópolis (MT). O Governo Federal também irá disponibilizar um auxílio de R$ 400 para cada família atingida pela cheia.
A Defesa Civil afirmou nesta terça (13) que a ajuda humanitária do Governo do Estado ainda está sendo levada aos dez municípios atingidos e que mais de 100 toneladas já haviam sido entregues às famílias.
Defesa Civil afirma está preparada
A Defesa Civil do Amazonas garante ter como atender pelo menos 50 municípios em caso de cheia semelhante ao que aconteceu com o rio Negro, em 2009. A afirmação foi dada pelo Secretário Executivo do Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec), Roberto Rocha, na manhã desta terça-feira (13) na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE).
Segundo o titular da Subcomadec, atualmente dez municípios do Amazonas estão em situação de emergência nas calhas do Juruá e Purus, totalizando 22 mil famílias afetadas. Os municípios que estão sofrendo com a cheia estão recebendo cestas básicas, kits de higiene pessoal, limpeza, dormitório, medicamentos além de filtros microbiológicos e hipoclorito de sódio.
Aproximadamente 11.500 famílias do Juruá receberão, em um prazo médio de vinte dias, uma ajuda financeira de R$ 400 por meio de cartão magnético ou cheque.
Durante a reunião na ALE foi anunciando ainda, um evento denominado “Alerta de Preparação e Enfrentamento a Emergência por Inundações”, onde será apresentado um relatório preventivo das regiões que podem ser afetadas com as cheias.
Níveis
Na tarde desta terça (13), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no Estado informou que a cota do rio Negro, em Manaus, subiu mais 4 centímetros. A cotação foi de 26,92 metros. Em 2009, ano da maior cheia, foi de 29,77 metros.
Prevenção
Na próxima sexta-feira (9) a Defesa Civil irá realizar um seminário de alerta preventiva para as demais calhas que não estão em estado de emergência.
Campanha
O município de Canutama está realizando uma campanha para ajudar os moradores dos municípios prejudicados com a cheia. Os donativos podem ser entregues na sede da Defesa Civil do município, localizado na avenida Floriano Peixoto, Centro.
Iiciativa S.O.S Enchente - Ajude Lábrea
“Cerca de 400 famílias no Município de Lábrea já foram deslocadas para abrigos disponibilizados pela prefeitura. Em breve, as aulas já terão que ser paralisadas para abrigar os ribeirinhos nas escolas. A situação está muito preocupante”, conta Fábio Galvão, coordenador da ação S.O.S Enchente - Ajude Lábrea.
“Estamos fazendo um movimento pela Internet para que pessoas da cidade de Manaus possam doar alimentos não perecíveis, produtos de necessidade básica para ajudar também essas pessoas atingidas pela cheia. Contamos com esse apoio no intuito de amenizar esse sofrimento”, comenta o mobilizador.
As pessoas interessadas em colaborar com a iniciativa do S.O.S Enchente podem procurar a funpage da mobilização na página de relacionamentos facebook “Amigos de Lábrea” e entrar e contato para fazer as doações.
Outra fonte de contato com a organização é por meio dos telefones (92) 9144-0614 ou (92) 3304-2971.
Cf. também:
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