por Alceu Castilho *
Os pais chamam-se Salomão Gregório Guajajara e Maria Aurora Guajajara. Eles moram em um barraco na Aldeia Chapadinha, na região do Bananal. Perto do local do crime. O suspeito é o próprio companheiro.
A fonte do jornal Vias de Fato é o Conselho Indigenista Missionário, via Pastoral Indigenista de Grajaú. Trata-se de um jornal ligado a movimentos populares, contra as oligarquias maranhenses.
Maria Sara pode ser um símbolo de várias lutas. Caso sua breve existência seja valorizada pelos meios de comunicação. Pauteiros e blogueiros, interessam-se pelo tema?
A morte da adolescente do povo Guajajara expõe a violência contra as mulheres, por um lado. A violência contra os povos indígenas, por outro. E a miséria em que vive boa parte do povo maranhense. (Ironicamente, Grajaú já se chamou São Paulo do Norte.)
Maria Sara foi sepultada no domingo. Caso ninguém ligue para sua morte, pode também ser apenas mais um capítulo de um livro diariamente reescrito: o da Grande Indiferença Nacional.
* jornalista pela ECA-USP, foi repórter do Estadão e editor-executivo da Agência Repórter Social, da qual foi fundador.
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