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Mais de 100 chefes de Estado e governo já pediram autorização para discursar durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 de Junho deste ano. A informação foi divulgada pelo secretário do Comitê Nacional de Organização da Rio+20 (CNO), Laudemar Aguiar, durante a colectiva de imprensa concedida na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, 84 países já solicitaram hospedagem para seus chefes de Estado ou de governo durante a conferência. «Isso é um bom indicativo para nós (sobre o número de líderes mundiais que participarão do encontro), embora evidentemente não saibamos hoje quantos efectivamente virão», disse Aguiar.
Por questões de segurança, acrescentou, ainda não é possível informar que chefes de estado confirmaram presença.
De acordo com o secretário, não há preocupação em relação à hospedagem das delegações, já que o governo brasileiro reservou metade dos quartos existentes em hotéis quatro ou cinco estrelas na cidade do Rio de Janeiro, o que é suficiente para os convidados da conferência.
Aguiar admitiu, no entanto, que a falta de espaço na rede hoteleira do Rio, como a de muitas cidades que têm oferta limitada de quartos, continua sendo um obstáculo porque não será capaz de absorver todos os participantes da conferência. Apenas para a conferência oficial, que será realizada no Riocentro, e além dos chefes de estado, deverão ser credenciadas pelo menos 50 mil pessoas.A estes números somam-se cerca de 5 mil jornalistas encarregues de fazer a cobertura do evento.
«Se formos pensar que o Rio de Janeiro tem uma oferta limitada não teria como ter todas as pessoas, credenciadas ou não, em hotéis. É normal que se busquem hospedagens alternativas. Espero que isso consiga ser feito, assim como foi feito na Rio 92», disse.
Aguiar explicou que pretende contornar o problema utilizando hospedagens de cidades próximas ao Rio, sugerindo também que a população carioca abra as suas casas para receber convidados, assim como ocorre em grandes eventos, como Carnaval e Ano Novo. «A ideia é de um esforço conjunto. Temos 8.000 quartos já reservados para as delegações estrangeiras. Bloqueamos 50% dos quartos em hotéis de cinco ou quatro estrelas para receber chefes de estado ou delegações, mas esperamos que esse percentual chegue a 70%», lembrou.
Paralelamente, Aguiar garantiu que o Governo brasileiro está a investigar e a articular-se com a Associação Brasileira de Hotéis (ABIH) sobre as denúncias de aumento abusivo no preço das tarifas hoteleiras da capital fluminense, durante a conferência.
Mobilidade dos participantes
No que se refere à circulação dos chefes de Estado e de governo, esta será feita em comboios, que terão prioridade nas ruas da cidade, durante a conferência. «Quando houver a passagem deles, haverá adaptações do trânsito para a passagem desses comboios, que é prioritária. Estamos utilizando os mesmos parâmetros que são utilizados pela ONU e pelo cerimonial da República», disse o secretário.
De acordo com a organização, será estimulado o uso de transporte público pela população, com a venda, inclusive, de um bilhete eletrônico antecipado, para ser usado pelos passageiros em trens, metrôs e ônibus, durante a conferência. Em breve, segundo assegurou, será feito um pedido à prefeitura do Rio para que se decrete feriado-extra entre os dias 20 e 24 de Junho. A medida veio a pedido da presidente Dilma Rousseff, para garantir a mobilidade dos chefes de Estado durante o evento e evitar os congestionamentos de trânsito. A novidade valeria apenas para este ano.
Localização e segurança
O secretário operacional da Rio+20 utilizou ainda a colectiva para apresentar os locais onde serão realizados eventos relacionados à conferência. O evento principal estará sediado no Riocentro (e contará com cerca de 50 mil credenciados). O Parque dos Atletas, em frente, será a zona escolhida para instalar os stands dos vários governos e das Nações Unidas.
No Autódromo de Jacarepaguá irão decorrer todos os eventos da sociedade civil, ao passo que a Arena da Barra, ao lado do autódromo, receberá a transmissão ao vivo das discussões. No Parque do Flamengo realizar-se-á a Cúpula dos Povos, que também terá um local para transmissão dos debates, a casa de shows Vivo Rio.
Os armazéns do Cais do Porto, por sua vez, serão realizados os eventos destinados à ciência e tecnologia, agricultura e energia, enquanto no Galpão da cidade, haverá actividades de cultura e inclusão social. Na Quinta da Boa Vista também estão previstas actividades culturais, bem como espaços para acampamentos.
São esperados de 100 a 120 chefes de Estado ou de governo e cerca de 5 mil jornalistas devem fazer a cobertura do evento. A segurança ficará a cargo do Ministério da Defesa. O Riocentro, coração da conferência, será administrado diretamente pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Três pilares na organização do evento: sustentabilidade, acessibilidade e conectividade
O secretário da CNO aproveitou ainda a colectiva para assegurar que não há atrasos nos preparativos: «Estamos nos prazos. As principais licitações foram feitas. Tecnologia de informação, montagem do Rocentro, transporte, está tudo como o planejado», garantiu.
Para esclarecer a metodologia seguida pela organização da Rio+20, Aguiar destacou que a conferência se encontra baseada em três pilares, o da sustentabilidade, o da acessibilidade e o da conectividade.
Sustentabilidade
Entre as medidas adoptadas pela organização estão a compensação pela emissão de gases do efeito estufa, o uso racional da água e a gestão de resíduos sólidos. Os detalhes de cada uma dessas medidas ainda serão definidos, mas o secretário da CNO avança já com o incentivo a novos meios de locomoção, através da colocação de bicicletários em cada um dos locais dos eventos. «Há poucas pessoas que pedalarão do Centro à Barra. Mas poderão usar as bicicletas para trajetos mais curtos. Também está sendo previsto o aumento do número de bicicletas (públicas oferecidas na cidade do Rio). Ainda estamos dimensionando a demanda por isso. A ideia é que haja um número mínimo de vagas em cada uma dessas áreas», disse. Outro exemplo, adianta, passa pela limitação do uso de papel.
Acessibilidade
De acordo com o secretário, também há uma preocupação com a inclusão social e com a acessibilidade de pessoas com deficiência aos locais do evento e ao conteúdo que será discutido na Rio+20.
Em relação à inclusão social, a ideia é capacitar mil jovens de comunidades carentes para trabalharem como voluntários durante o evento. Depois, será criado um banco de dados, para que esses mesmos jovens já capacitados possam trabalhar em eventos posteriores, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Já em relação à acessibilidade, o objectivo da conferência é permitir que pessoas com deficiência possam acompanhar da melhor forma possível as discussões. Além de permitir a entrada de cadeiras de rodas, serão contratados serviços de interpretação para língua gestual, legendas em vídeos transmitidos pela conferência e impressão em Braille. «Queremos criar uma tendência. A própria ONU foi surpreendida pela nossa iniciativa e a abraçou. A ideia é que a partir de agora todas as conferências utilizem esse princípio», disse.
Conectividade
Aguiar destacou também que a Rio+20 poderá ser acompanhada de múltiplas plataformas. Segundo ele, as pessoas poderão envolver-se mesmo não estando presentes no local da cúpula. Haverá dois centros de retransmissão na conferência, um localizado na Arena da Barra, próximo ao Riocentro, e outro no espaço Vivo Rio, no Aterro do Flamengo.
Calendário
Entre os dias 13 e 16 de Junho, ocorrem as negociações finais para a cúpula. Do dia 16 ao dia 19, a ONU promoverá discussões sobre temas ambientais como oceanos, água e energia. Os chefes de estado são esperados entre os dias 20 e 22 para a conferência oficial.
A fechar, e mostrando-se confiante, Aguiar deixou dito que o Brasil é a sede natural da conferência pelas conquistas alcançadas. «O Brasil lidera pelo exemplo. Não há país nas ultimas décadas que tenha se desenvolvido tanto nos três pilares do desenvolvimento sustentável, o social, o económico e o ambiental», afirmou.
Segundo ele, 84 países já solicitaram hospedagem para seus chefes de Estado ou de governo durante a conferência. «Isso é um bom indicativo para nós (sobre o número de líderes mundiais que participarão do encontro), embora evidentemente não saibamos hoje quantos efectivamente virão», disse Aguiar.
Por questões de segurança, acrescentou, ainda não é possível informar que chefes de estado confirmaram presença.
De acordo com o secretário, não há preocupação em relação à hospedagem das delegações, já que o governo brasileiro reservou metade dos quartos existentes em hotéis quatro ou cinco estrelas na cidade do Rio de Janeiro, o que é suficiente para os convidados da conferência.
Aguiar admitiu, no entanto, que a falta de espaço na rede hoteleira do Rio, como a de muitas cidades que têm oferta limitada de quartos, continua sendo um obstáculo porque não será capaz de absorver todos os participantes da conferência. Apenas para a conferência oficial, que será realizada no Riocentro, e além dos chefes de estado, deverão ser credenciadas pelo menos 50 mil pessoas.A estes números somam-se cerca de 5 mil jornalistas encarregues de fazer a cobertura do evento.
«Se formos pensar que o Rio de Janeiro tem uma oferta limitada não teria como ter todas as pessoas, credenciadas ou não, em hotéis. É normal que se busquem hospedagens alternativas. Espero que isso consiga ser feito, assim como foi feito na Rio 92», disse.
Aguiar explicou que pretende contornar o problema utilizando hospedagens de cidades próximas ao Rio, sugerindo também que a população carioca abra as suas casas para receber convidados, assim como ocorre em grandes eventos, como Carnaval e Ano Novo. «A ideia é de um esforço conjunto. Temos 8.000 quartos já reservados para as delegações estrangeiras. Bloqueamos 50% dos quartos em hotéis de cinco ou quatro estrelas para receber chefes de estado ou delegações, mas esperamos que esse percentual chegue a 70%», lembrou.
Paralelamente, Aguiar garantiu que o Governo brasileiro está a investigar e a articular-se com a Associação Brasileira de Hotéis (ABIH) sobre as denúncias de aumento abusivo no preço das tarifas hoteleiras da capital fluminense, durante a conferência.
Mobilidade dos participantes
No que se refere à circulação dos chefes de Estado e de governo, esta será feita em comboios, que terão prioridade nas ruas da cidade, durante a conferência. «Quando houver a passagem deles, haverá adaptações do trânsito para a passagem desses comboios, que é prioritária. Estamos utilizando os mesmos parâmetros que são utilizados pela ONU e pelo cerimonial da República», disse o secretário.
De acordo com a organização, será estimulado o uso de transporte público pela população, com a venda, inclusive, de um bilhete eletrônico antecipado, para ser usado pelos passageiros em trens, metrôs e ônibus, durante a conferência. Em breve, segundo assegurou, será feito um pedido à prefeitura do Rio para que se decrete feriado-extra entre os dias 20 e 24 de Junho. A medida veio a pedido da presidente Dilma Rousseff, para garantir a mobilidade dos chefes de Estado durante o evento e evitar os congestionamentos de trânsito. A novidade valeria apenas para este ano.
Localização e segurança
O secretário operacional da Rio+20 utilizou ainda a colectiva para apresentar os locais onde serão realizados eventos relacionados à conferência. O evento principal estará sediado no Riocentro (e contará com cerca de 50 mil credenciados). O Parque dos Atletas, em frente, será a zona escolhida para instalar os stands dos vários governos e das Nações Unidas.
No Autódromo de Jacarepaguá irão decorrer todos os eventos da sociedade civil, ao passo que a Arena da Barra, ao lado do autódromo, receberá a transmissão ao vivo das discussões. No Parque do Flamengo realizar-se-á a Cúpula dos Povos, que também terá um local para transmissão dos debates, a casa de shows Vivo Rio.
Os armazéns do Cais do Porto, por sua vez, serão realizados os eventos destinados à ciência e tecnologia, agricultura e energia, enquanto no Galpão da cidade, haverá actividades de cultura e inclusão social. Na Quinta da Boa Vista também estão previstas actividades culturais, bem como espaços para acampamentos.
São esperados de 100 a 120 chefes de Estado ou de governo e cerca de 5 mil jornalistas devem fazer a cobertura do evento. A segurança ficará a cargo do Ministério da Defesa. O Riocentro, coração da conferência, será administrado diretamente pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Três pilares na organização do evento: sustentabilidade, acessibilidade e conectividade
O secretário da CNO aproveitou ainda a colectiva para assegurar que não há atrasos nos preparativos: «Estamos nos prazos. As principais licitações foram feitas. Tecnologia de informação, montagem do Rocentro, transporte, está tudo como o planejado», garantiu.
Para esclarecer a metodologia seguida pela organização da Rio+20, Aguiar destacou que a conferência se encontra baseada em três pilares, o da sustentabilidade, o da acessibilidade e o da conectividade.
Sustentabilidade
Entre as medidas adoptadas pela organização estão a compensação pela emissão de gases do efeito estufa, o uso racional da água e a gestão de resíduos sólidos. Os detalhes de cada uma dessas medidas ainda serão definidos, mas o secretário da CNO avança já com o incentivo a novos meios de locomoção, através da colocação de bicicletários em cada um dos locais dos eventos. «Há poucas pessoas que pedalarão do Centro à Barra. Mas poderão usar as bicicletas para trajetos mais curtos. Também está sendo previsto o aumento do número de bicicletas (públicas oferecidas na cidade do Rio). Ainda estamos dimensionando a demanda por isso. A ideia é que haja um número mínimo de vagas em cada uma dessas áreas», disse. Outro exemplo, adianta, passa pela limitação do uso de papel.
Acessibilidade
De acordo com o secretário, também há uma preocupação com a inclusão social e com a acessibilidade de pessoas com deficiência aos locais do evento e ao conteúdo que será discutido na Rio+20.
Em relação à inclusão social, a ideia é capacitar mil jovens de comunidades carentes para trabalharem como voluntários durante o evento. Depois, será criado um banco de dados, para que esses mesmos jovens já capacitados possam trabalhar em eventos posteriores, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Já em relação à acessibilidade, o objectivo da conferência é permitir que pessoas com deficiência possam acompanhar da melhor forma possível as discussões. Além de permitir a entrada de cadeiras de rodas, serão contratados serviços de interpretação para língua gestual, legendas em vídeos transmitidos pela conferência e impressão em Braille. «Queremos criar uma tendência. A própria ONU foi surpreendida pela nossa iniciativa e a abraçou. A ideia é que a partir de agora todas as conferências utilizem esse princípio», disse.
Conectividade
Aguiar destacou também que a Rio+20 poderá ser acompanhada de múltiplas plataformas. Segundo ele, as pessoas poderão envolver-se mesmo não estando presentes no local da cúpula. Haverá dois centros de retransmissão na conferência, um localizado na Arena da Barra, próximo ao Riocentro, e outro no espaço Vivo Rio, no Aterro do Flamengo.
Calendário
Entre os dias 13 e 16 de Junho, ocorrem as negociações finais para a cúpula. Do dia 16 ao dia 19, a ONU promoverá discussões sobre temas ambientais como oceanos, água e energia. Os chefes de estado são esperados entre os dias 20 e 22 para a conferência oficial.
A fechar, e mostrando-se confiante, Aguiar deixou dito que o Brasil é a sede natural da conferência pelas conquistas alcançadas. «O Brasil lidera pelo exemplo. Não há país nas ultimas décadas que tenha se desenvolvido tanto nos três pilares do desenvolvimento sustentável, o social, o económico e o ambiental», afirmou.
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