Índia Kashinawá da região peruana do Purus. foto de David Hill |
O projecto proposto iria cortar duas reservas indígenas e um Parque Nacional, expondo milhares de índios para os riscos do tráfico de drogas, extracção ilegal de madeira e contactos indesejados. A este impacto acresce o facto de colocar em perigo imediato algumas das últimas tribos isoladas no mundo, que vivem na área protegida pelo governo no Peru, e no outro lado da fronteira, no estado brasileiro do Acre.
Das 3.200 pessoas dentro da área protegida visada, 80 por cento são indígenas.
tribo de isolados na fronteira entre o Brasil e Peru. foto de Gleison Miranda / Funai |
No entanto, as organizações indígenas da região são contra o projecto e exigem que o Congresso do Peru investigue os reais motivos do sacerdote.
A AIDESEP, a organização nacional do Peru para os povos indígenas, garante que «A estrada, longe de resolver o suposto isolamento do povoado, só trará degradação e destruição».
Flora Rodriguez, da organização indígena local FECONAPU, partilha a mesma opinião. Defende que «a estrada não é desenvolvimento. Ela está criando divisão. A estrada não tem nenhuma utilidade para nós; traria a morte, porque a floresta é vida».
O director da Survival International, Stephen Corry, afirmou hoje que «este projecto não só põe em perigo as vidas de milhares de indígenas, como transforma em paródia as leis do Peru. Se for adiante, sem consultar os povos indígenas, uma das partes mais importantes da Amazônia para os índios isolados será devastada».
0 comentários:
Postar um comentário