A presidente Dilma Rousseff determinou nesta terça-feira (24) que a Polícia Federal investigue o assassinato, no Pará, do líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva e da mulher dele, Maria do Espírito Santo.
Segundo o Palácio do Planalto, José Cláudio e a mulher foram mortos a tiros na manhã desta terça no município de Nova Ipixuna. Eles eram conhecidos por denunciar a ação ilegal de madeireiros na região.
Clara Santos, sobrinha do líder extrativista, afirmou ao G1 que os tios foram mortos em uma emboscada. “Eles foram assassinados em torno de umas 8h e a Polícia Civil está lá para fazer a perícia porque foi na zona rural. Estavam vindo para Marabá e foram alvejados por homens encapuzados em uma moto”, afirmou.
Segundo ela, a família soube da morte por meio de uma ligação de um dos filhos do casal, de 16 anos. “Eles já sofriam muita ameaça. Morreram a 8 km da casa deles”, diz Clara.
A Delegacia de Nova Ipixuna ainda não confirmou as mortes. A equipe de plantão informou ter recebido a informação de que uma pessoa morreu e enviou equipes ao local, de difícil acesso, para apurar a denúncia, às 10h30. Segundo o plantão, o delegado ainda não retornou.
Segundo o Planalto, Dilma ficou sabendo do assassinato pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que tomasse providências necessárias junto à Polícia Federal.
Ex-ministros do Meio Ambiente que se reuniram com Dilma nesta terça para tratar do projeto que modifica o Código Florestal falaram do crime. A ex-ministra Marina Silva comparou a morte de José Cláudio ao assassinato, em fevereiro de 2005, da missionária Dorothy Stang, em Anapu, no Pará.
“Esse assassinato é algo que nos comove a todos. O José Claudio e sua esposa foram assassinados covardemente. É semelhante ao que aconteceu com a irmã Dorothy. Então, o Brasil não pode retroceder quanto à proteção às riquezas naturais e no que concerne à defesa dos direitos humanos”, afirmou.
[ACTUALIZADA]
Leio no G1:
O Ministério Público Federal (MPF) do Pará enviou um ofício para pedir à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a morte do ambientalista José Cláudio Ribeiro da Silva e de sua mulher, Maria do Espírito Santo. Os dois foram mortos na manhã desta terça-feira (24), em Nova Ipixuna, no Pará.
Segundo o delegado Marcos Augusto Cruz, o casal foi morto a tiros em uma estrada na Zona Rural do município. As vítimas estavam em uma moto e teriam sido abordadas pelos criminosos ao reduzir a velocidade para cruzar uma ponte. Segundo o MPF, o advogado José Batista, da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, afirmou que o ambientalista teve a orelha cortada pelos assassinos.
Antes do pedido do MPF, a presidente Dilma Rousseff já tinha determinado que a Polícia Federal investigasse o assassinato. Segundo o Planalto, Dilma ficou sabendo do crime pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que tomasse providências necessárias junto à Polícia Federal.
O casal havia informado ao MPF em Marabá (PA) nomes de madeireiros de Jacundá (PA) e Nova Ipixuna (PA) que invadiam as terras de assentamentos para retirar madeira ilegalmente. O MPF encaminhou as denúncias à Polícia Federal e ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um inquérito já havia sido aberto para investigar as madeireiras da região.
O Ibama já tinha feito vistorias, detectado a extração ilegal de madeira e feito a interdição de serrarias na área. De acordo com o MPF, a pressão para retirada e venda ilegal de madeira é grande sobre os assentamentos no Pará por causa da demanda por carvão para a siderurgia.
Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Marabá. O enterro deve ocorrer nesta quarta-feira (25).
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