Dlma com Hugo Chávez, que cumprimenta o ministro Palocci. foto de André Dusek
Dilma estava, certamente, longe de imaginar que depois de ter declinado receber a Nobel da Paz iraniana, Shirin Ebadin, ainda não estava completamente livre de embaraços. Enganou-se. Optou por receber a primeira visita oficial de Hugo Chávez e, logo à entrada do Palácio do Planalto, diante de todos, foi o próprio presidente da Venezuela quem se encarregou de espalhar o constrangimento geral.
Apoiado com uma mão na muleta que agora o acompanha, estendeu a outra ao ministro da Casa Civil do Brasil, António Palocci e, com toda a veemência, incitou-o em alto e bom som: «Fuerza, fuerza!».
As palavras de Chávez foram uma clara alusão às suspeitas de enriquecimento ilícito de que o ministro tem sido alvo. A solidariedade que se prontificou a demonstrar, não só sublinhou a fama complacente do ilustre visitante em matéria de corrupção, como fez pior. Colocou Dilma numa posição de extremo desconforto. Lembrando: há quase um mês que a presidente faz um esforço titânico para não se envolver no caso e não deixar transparecer a sua opinião. No momento crescem as pressões, até entre a sua base de apoio, para que tome posição e afaste o ministro suspeito. A última coisa que convinha a Dilma era, pois, receber uma visita oficial que, mesmo diante do seu nariz, oferecesse a Palocci de forma explícita o apoio com o qual, na iminência de ter de o demitir, ela (mais do que nunca) não se tenciona comprometer.
fotos: Reuters
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