Marina Silva no programa 'Roda Viva'

via TV Cultura (emitido em 13.06.2011)

O Roda Viva abriu espaço, nesta segunda-feira, para discutir a crise política e o debate em curso sobre a legislação ambiental brasileira, cuja polémica transita agora da Câmara de Deputados para o Congresso do Senado. Marina Silva foi a convidada do programa conduzido por Marília Gabriela, a par dos entrevistadores Augusto Nunes, Paulo Moreira Leite, Mona Dorf e Eduardo Geraque.
Durante a entrevista, Marina não escondeu o seu descontentamento com a pouca rotatividade nos postos de comando do Partido Verde (PV), além da dificuldade de implementar uma agenda ambiental no partido.
Aos olhos de alguns, nomeadamente do Correio Braziliense que chegou a titular em nota "Marina rumo à independência", a ex-senadora Marina Silva (PV-AC) deu claros indícios de que deve iniciar o processo de criação de uma nova legenda a partir do ano que vem. Da conversa resulta claro que uma possível saída da legenda, no entanto, só deve ser sacramentada em 2013, após as eleições municipais, uma vez que para concorrer ao pleito de 2012, uma nova legenda teria pouco mais de três meses para recolher 500 mil assinaturas, além de dar conta dos trâmites burocráticos.
Seja como for, escutando Marina, creio que a proposta segue outra, bem mais interessante à equação e reflexão interna, quer do PV, quer do Brasil: a ideia de que a renovação partidária deve ser o núcleo embrionário primeiro da própria reestruturação do sistema político e eleitoral. Para contrapor o vício de alternância PT/PMDB, diz Marina, o exemplo deve ser não apenas defendido, como tentado por cada partido do interior de si próprio.
Escuto Marina e penso na crise política que se vive em Portugal, muito em particular a que se abrir no seio de alguns partidos após a noite eleitoral das últimas Legislativas, sendo o que está a suceder no Bloco do Esquerda o exemplo mais conforme. Muito interessante isso: perceber como os reparos de Marnina ao PV brasileiro se poderiamaplicar tão perfeita e ajustadamente ao BE português!