Antonio Grassi, presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte)
Escreve Joaquim Ferreira dos Santos, na coluna 'Gente de Boa' do Globo:
A crise econômica freou os ímpetos dos organizadores do Ano do Brasil em
Portugal, marcado para 2012. “Acendeu uma luz amarela, estou indo para lá para ajudar a resolver”, diz Antonio Grassi, presidente da Funarte.
Aliás e a propósito o Conselheiro cultural da embaixada de Portugal, Adriano Jordão não nega que o evento corre o risco de não sair, apesar de já ter sido anunciado por Dilma. “Não tivemos indicação negativa, mas também não recebemos sinal verde”, diz.
via MinC
(A íntegra da coluna está no site de O Globo, do dia 01/08/2011)
Leio na Agência Lusa:
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil negou hoje que as celebrações conjuntas do ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil, previstas para o próximo ano, tenham sido canceladas. "Até ao momento não houve nenhuma sinalização de cancelamento. Pelo contrário, as celebrações estão mantidas, pelos dois lados, a despeito de qualquer restrição orçamentária", afirmou à Lusa a assessoria de imprensa o ministério brasileiro.
A dúvida surgiu na segunda-feira, com a publicação de uma nota na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos, no jornal "O Globo". Com o título "Crise em Portugal", a nota indicava Antonio Grassi, presidente da Funarte, como fonte e dizia que a crise económica do país havia "freado os ímpetos" dos organizadores do evento.
À Lusa, Antonio Grassi rebateu as informações na imprensa brasileira, mas admitiu à Lusa que o "sinal amarelo" está aceso e é preciso urgência na organização do Ano do Brasil em Portugal, em 2012.
"Quando digo que acendeu a luz amarela é que nós deveríamos ter pressa e dar mais urgência às negociações para realizar o evento", afirmou. "Por estarmos em crise, quanto mais rápido a gente andar melhor. Em função da crise em Portugal, o processo de organização exige mais celeridade", reconheceu Grassi ao negar o perigo de cancelamento do evento.
Por seu turno, o conselheiro cultural de Portugal da embaixada de Portugal em Brasília, Adriano Jordão, assegurou que "não há nenhum risco" quanto ao Ano do Brasil em Portugal. "Já foi anunciado pelo MNE Paulo Portas e foi reiterado pelo governo brasileiro. Não há qualquer risco, vai ocorrer em 2012 com todo o 'glamour'", confirmou à Lusa.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, também havia confirmado, após ter-se reunido com o homólogo brasileiro, Antonio Patriota, durante a sua visita a Brasília, que as comemorações estavam mantidas.
[ACTUALIZAÇÃO]
A organização do Ano do Brasil em Portugal, agendado para 2012, está a decorrer dentro da normalidade e dos prazos previstos, garantiu ao Público, Miguel Guedes, assessor de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros. O evento, que terá um espelho nacional com o Ano de Portugal no Brasil, é um programa de intercâmbio cultural com iniciativas que vão do cinema à literatura.
Na sua coluna “Gente Boa” do jornal “O Globo”, o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos escreveu, na segunda-feira, que a crise económica em Portugal “freou os ímpetos dos organizadores do Ano do Brasil em Portugal”, citando Antonio Grassi, presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte). “Acendeu uma luz amarela, estou indo para lá para ajudar a resolver”, disse o responsável ao jornal brasileiro. O presidente da Funarte disse à Lusa ser necessário procurar uma solução com a maior brevidade possível, revelando que chegará a Portugal em meados de setembro para se reunir com a presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, e com a Direção-Geral das Artes (DGArtes). “Temos que sentar e encontrar uma saída. Existe sim uma crise, mas não vai impedir que projectos e o programa do Ano do Brasil em Portugal siga adiante.” Já planeado está a criação do Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia, anunciou.
No entanto, Miguel Guedes, assessor do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, assegurou que o evento não corre riscos e vai “com toda a certeza ser realizado”. “Ainda há pouco tempo estivemos no Brasil a tratar disto. O Ano do Brasil em Portugal está a ser preparado, já existem projectos e tudo”, disse o assessor, garantindo que o governo português e o governo brasileiro “estão empenhados em organizar um evento com muita qualidade”.
Na semana passada, na sua visita ao Brasil, Paulo Portas reuniu-se com o seu homólogo brasileiro, António Patriota, em Brasília.
Na mesma coluna de “O Globo”, o jornalista brasileiro ouviu Adriano Jordão, conselheiro cultural da embaixada de Portugal, que disse que não tinha nenhuma indicação negativa sobre a organização do Ano do Brasil, ressalvando que até agora também não tinha recebido “luz verde”.
Algumas iniciativas do programa de intercâmbio foram reveladas no início do ano pela antiga ministra da Cultura. Grabriela Canavilhas anunciou que a Casa Museu Fernando Pessoa, em Lisboa, prepara um ciclo de conferências de escritores portugueses - Gonçalo M. Tavares, valter hugo mãe, José Luís Peixoto, Patrícia Reis, Jacinto Lucas Pires e Felipa Leal já estão confirmados, segundo a Lusa, - em diferentes cidades brasileiras, assim como a realização de um filme de curta duração em que se apresentam dez novos nomes da literatura nacional. Estava também prevista a criação de uma colecção de obras de referência da Literatura Portuguesa para ser distribuída no Brasil. A Casa Fernando Pessoa tinha um orçamento inicial de 50 mil euros.
Ao Público, Inês Pedrosa, directora da Casa Fernando Pessoa, disse que a Casa Fernando Pessoa "ficou apenas incumbida de eleborar um programa de promoção de autores portugueses no Brasil, no valor de 50 mil euros. Segundo o protocolo que assinámos, esse programa deveria ser entregue ao MC até Setembro deste ano. Entregámo-lo já – a 13 de Julho – ao Secretário de Estado da Cultura, aguardamos resposta."
Questionado sobre de que forma a crise poderia afectar o orçamento, Miguel Guedes diz que é possível fazer “menos coisas mas com mais qualidade”. “O orçamento poderá ter que sofrer cortes mas isso não implica perda de qualidade. Vamos procurar organizar um evento mais concentrado, com grandes acontecimentos”. O ministério, acrescentou, está à procura de parcerias.
O Público tentou contactar o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, mas este só estará disponível depois do seu regresso da Conferência Ibero-Americana de ministros e altas autoridades de Cultura, que está a acontecer no Paraguai.
publicado em O Público
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